À medida que avançamos em 2024, as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) enfrentam um cenário dinâmico de captação de recursos, moldado por inovações tecnológicas, mudanças econômicas e expectativas crescentes de impacto social. Com base em nossos estudos e tendências identificadas pela Associação Brasileira de Captadores de Recursos e demais especialistas do mercado, delimitamos os seguintes tópicos para sua reflexão.

A diversificação das fontes de receita emerge como uma estratégia essencial no planejamento da captação, impulsionando as OSCs a explorar novas oportunidades de financiamento para além das doações tradicionais e editais.

A sustentabilidade torna-se um foco central, com um movimento crescente em direção ao financiamento para o desenvolvimento institucional. Isso reflete uma compreensão de que fortalecer a capacidade organizacional das OSCs é fundamental para a sustentabilidade de longo prazo.

A digitalização e a inovação tecnológica estão revolucionando a captação de recursos no mundo, permitindo um engajamento mais eficaz com a base de doadores e a otimização dos processos internos, como produção de conteúdo para engajamento e fidelização de doadores.

A integração de tecnologias digitais está revolucionando a forma como as OSCs se comunicam com doadores e gerenciam seus projetos. Ferramentas de inteligência artificial e plataformas digitais de doações online e gestão de projetos sociais oferecem novas possibilidades para otimizar processos e ampliar o alcance.

A demanda por transparência e prestação de contas nunca foi tão alta, com doadores e investidores sociais exigindo clareza nos resultados e impactos alcançados. Paralelamente, a participação ativa da comunidade nos projetos ganha destaque, valorizando as vozes e as necessidades dos beneficiários diretos. Sendo elementos essenciais para construir confiança com financiadores e a comunidade em geral.

O alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) emerge como um critério chave para a captação de recursos. Projetos que contribuem para metas globais, como educação de qualidade, saúde e bem-estar, e trabalho decente, estão ganhando prioridade entre financiadores.

A capacidade de se adaptar às mudanças econômicas e sociais é crucial. As OSCs precisam ser ágeis, prontas para ajustar suas estratégias em resposta ao ambiente global e às tendências locais. Além disso, projetos que se alinham com políticas públicas e demonstram complementaridade aos esforços governamentais estão se mostrando atraentes para financiadores.

A questão da equidade na distribuição de recursos vem à tona, com um reconhecimento da necessidade urgente de abordar as disparidades no acesso a recursos, especialmente para organizações lideradas por pessoas negras e localizadas em territórios periféricos.

O engajamento de doadores jovens destaca-se como uma estratégia vital. As OSCs estão explorando novos canais de comunicação e mensagens alinhadas aos valores e expectativas dessa geração, reconhecendo seu potencial como doadores ativos e defensores das causas sociais.

A advocacy e mobilização política assumem uma importância renovada, especialmente em um contexto de agendas políticas e eleitorais influentes. As OSCs estão cada vez mais engajadas em esforços de advocacy para defender a democracia e combater as desigualdades.

A capacitação e a profissionalização da área de captação de recursos e dos profissionais captadores de recursos são fundamentais para o sucesso. Investir no desenvolvimento de habilidades específicas e compreensão aprofundada do setor pode significativamente elevar a eficácia das iniciativas de captação de recursos.

O fortalecimento de parcerias e redes entre OSCs, o setor privado e governos é identificado como uma estratégia chave para ampliar impactos e acessar novas fontes de financiamento.

Em um mundo onde a inovação e a adaptação são chave, as OSCs são chamadas a explorar essas tendências com estratégia e visão de futuro. Navegando por este cenário em transformação com um olhar atento às oportunidades e aos desafios, as organizações podem garantir não apenas um desenvolvimento institucional melhor, mas também a ampliação de seu impacto social.